Ao iniciar sua trajetória de vida, as
crianças têm direito a saúde, amor, aceitação e segurança, que constituem um
forte alicerce para suportar as fases posteriores de desenvolvimento.
Assim sendo, surge uma nova concepção
de creche-ambiente de educação e cuidados — que sinaliza para a fundamental
importância de que a este espaço, anteriormente direcionado somente aos
cuidados para com a criança, atribua-se um papel educativo complementar junto
às famílias.
As famílias, as instituições e a
sociedade como um todo são responsáveis pela infância e realizam ações que se
complementam. Em momento algum uma substituirá a outra, pois são de grande
importância para a Educação Infantil.
O Currículo da Educação Infantil — 0
a 5 anos — é centrado nos eixos Formação Pessoal e Social e Conhecimento do
Mundo e deverá contribuir para prática e vivência pedagógicas plenas de êxito e
alegria, culminando com aprendizagem satisfatória e significativa das crianças.
1. CURRICULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
1. CURRICULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
As instituições de educação infantil
nasceram na França, no século XVIIII, em resposta à situação de pobreza,
abandono e maus tratos de crianças pequenas, cujos pais trabalham em fábricas,
fundição e minas criadas pela Revolução Industrial. Todavia os objetivos e
formas de tratar as crianças dos extratos sociais mais pobres da sociedade não
eram consensuais. Setores da elite defendiam a idéia do que não seria bom para
a sociedade como um todo que se educassem as crianças pobres; era proposta a
educação da ocupação e da piedade (OLIVEIRA, 1995).
Durante muito tempo, as instituições
infantis, incluindo as brasileiras organizavam seu espaço e sua rotina diária
em função de idéias de assistência, de custódia e de higiene da criança. A
década de 1980 passou por um momento de ampliação do debate a respeito das
funções das instituições infantis para a sociedade moderna, que teve início com
os movimentos populares dos anos de 1970 (WAJSKOP, 1995).
A partir desse período, as
instituições passaram a ser passadas e reivindicadas como lugar de educação e
cuidados coletivos das crianças de zero a seis anos de idade.
A abertura política permitia o
reconhecimento social desses direitos manifestados pelos movimentos populares e
por grupos organizados da sociedade civil. A Constituição de 1988 (art.208, e
inciso IV), pela primeira vez na história do Brasil, definiu como direito das
crianças de zero a seis anos de idade é dever do Estado o atendimento à
infância.
Muitos fatos ocorreram de forma a
influenciar estas mudanças: o desenvolvimento urbano, as reivindicações
populares, o trabalho da mulher, a transformação das funções familiares, as
idéias de infância e as condições socioculturais para o desenvolvimento das
crianças.
Ao constituir-se em um equipamento só
para pobres, principalmente no caso das instituições de educação infantil,
financiadas ou mantidas pelo poder público, significou, em muitas situações,
atuar de forma compensatória para sanar as supostas faltas e carências das
crianças e de seus familiares. A tônica do trabalho institucional foi pautada
por uma visão que estigmatizava a população de baixa renda. A concepção
educacional era marcada por características assistencialista, sem considerar as
questões de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade.
Modificar essa concepção de educação
assistencialista significa atentar para várias questões que vão além dos
aspectos legais. Envolve principalmente, assumir as especificidades da educação
infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes
sociais, à responsabilidade da sociedade e o papel do Estado em relação às
crianças pequenas.
Embora haja um consenso sobre a
necessidade de que a educação, para as crianças pequenas deva promover a
integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais
da criança, considerando que esta é um ser completo e indivisível, as
divergências e estão exatamente no que se entende sobre o que seja trabalhar
com cada um desses aspectos.
Polêmicas sobre cuidar e educar,
sobre o papel do afeto na relação pedagógica e sobre educar para o
desenvolvimento ou para o conhecimento tem-se constituído no pano de fundo
sobre o qual se constroem as propostas em educação infantil.
2. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
2.1 Considerações.
Na Constituição do Brasil Seção I –
da Educação em seu artigo (205) destaca que: A educação direito de todos e
dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Já na LDB – Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – lei 9394/96 em seu art. 29 regulamenta a Educação Infantil,
definindo-a como a primeira etapa da educação básica. Tendo por finalidade o
desenvolvimento integral da criança até os 6 anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e
da comunidade.
A lei também estabelece que a
Educação Infantil será oferecida em creches, para crianças de até 3 anos, e em
pré-escolas, para crianças de 4 a 6 anos.
Segundo o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB ( hoje FUNDEF) em seu Art. 60
determina que: agora é definitivo, todas as crianças a partir dos seis anos de
idade devem estar matriculadas no ensino fundamental. Portanto a Educação
Infantil atenderá crianças de 0 a 5 anos e 9 meses.
A implantação de uma verdadeira
Educação Infantil precisará contar com a colaboração do sistema de saúde e dos
órgãos de assistência social.
A responsabilidade deste nível
inicial de educação pertence aos municípios, mas as empresas são chamadas a
dividir este encargo, pela obrigação de garantir assistência gratuita para os
filhos e dependentes de seus empregados em creches e pré-escolas, além da
prevista com o recolhimento do salário educação.
2.2 Diretrizes
Educar e cuidar de crianças de 0 a 5
anos supões definir previamente para que isto será feito e como se
desenvolverão as práticas pedagógicas, visando a inclusão das crianças e de
suas famílias em uma vida de cidadania plena.
As instituições de Educação Infantil
são equipamentos educacionais e não apenas de assistência, nesse sentido, uma
das características da nova concepção de Educação Infantil, reside na
integração das funções de cuidar e educar.
As instituições infantis além de
prestar cuidados físicos, criam condições para o seu desenvolvimento cognitivo,
simbólico, social e emocional. Nela se dão o cuidado e a educação de crianças
que aí vivem, convivem, exploram, conhecem, construindo uma visão de mundo e de
si mesmas, constituindo-se como sujeitos. Para as crianças pequenas tudo é
novo, devendo ser trabalhado e aprendido. Não são independentes e autônomas
para os próprios cuidados pessoais, precisando ser ajudadas e orientadas a
construir hábitos e atitudes corretas, bem como estimuladas na fala e no
aprimoramento de seu vocabulário.
O bom relacionamento entre pais,
educadores e crianças, é fundamental durante o processo de inserção da criança
na vida escolar, além de representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma
pedagogia voltada pra a infância.
A instituição de Educação Infantil
deverá proporcionar às crianças momentos que a façam crescer, refletir e tomar
decisões direcionadas ao aprendizado com coerência e justiça.
3. FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICO-PEDAGÓGICA
A educação deve ser essencialmente
lúdica, prazerosa, fundada nas mais variadas experiências e no prazer de
descobrir a vida, colocando as crianças em contato com uma variedade de
estímulos e experiências que propiciem a ela seu desenvolvimento integral.
Essas ações são desenvolvidas e fundamentadas numa concepção interdisciplinar e
totalizadora. As ações desenvolvidas fundamentam-se nos seguintes princípios:
1) Educação ativa e relacionada com
os interesses, necessidades e potencialidades da criança;
2) Ênfase na aprendizagem através da
resolução de problemas;
3) Ação educativa ligada à vida e não
entendida como preparação para a vida;
4) Incentivo da solidariedade e não
da concorrência.
4. A Estrutura Curricular e Seus Eixos Norteadores
A criança desde que nasce é um ser
ativo. Possui um repertório de condutas ou reflexos inatos que lhe permite
interagir com seu meio e experimentar as primeiras aprendizagens, consistindo
nas adaptações que faz às novas condições de vida. O contato do bebê com o meio
humano, transforma essas condutas inatas em respostas complexas. Aos poucos
assimila novas experiências, integrando-as aos que já possui, gerando novas
respostas. Este processo de adaptação às condições novas que surgem se dá ao
longo de toda a infância.
Durante o primeiro ano de vida, a
criança constrói um pensamento essencialmente prático, ligado à ação, a
percepção e ao desenvolvimento motor. É através dessas ações que a criança
processa informações, constrói conhecimentos e se expressa desenvolvendo seu
pensamento.
Ao final do primeiro ano de vida, as
ações das crianças passam a ser cada vez mais coordenadas e intencionais.
O desenvolvimento da função simbólica
tem importância ao desenvolvimento psicológico e social da criança;
internalizam funções e capacidade ao longo do seu processo de desenvolvimento e
vai situando e ampliando sua participação no universo social.
O aperfeiçoamento da linguagem, o
aumento do vocabulário deverá ser permeado pela diversidade de experiências e
oportunidades sem contextos significativos para a criança.
No que se refere ao desenvolvimento
físico motor, os três primeiros anos de vida, representam a fase em que o
crescimento ocorre de maneira mais acelerada. Elas quadruplicam de peso e
dobram a altura em relação ao nascimento, adquirindo movimentos voluntários e
coordenados. Controlam a posição de seu corpo e o movimento das pernas, braços
e tronco, significa que correm, rolam, deitam e tantas outras coisa.
O desenvolvimento motor se dá quando
a criança adquire padrões de movimentos musculares, controle do próprio corpo e
habilidades motoras, onde alcança possibilidades de ação e expressão. Está
relacionado com o desenvolvimento psíquico, principalmente no primeiro ano de
vida. Ao desenvolver a ação motora a criança está construindo conhecimento de si
próprio sobre o mundo que a cerca. Esta relação construtiva que a criança
estabelece com objetos, acontecimentos e pessoas constituirão uma base
fundamental para o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e social.
Aos três anos, a criança já possui um
repertório de conhecimentos construídos, a partir de suas experiências. Há um
desenvolvimento claro das habilidades sociais ampliando os vínculos afetivos e
sua capacidade de participação social.
A criança dos três aos cinco anos de
idade, apresenta seu desenvolvimento de forma menos acelerada, caracterizado
pelo progresso advindo das fases anteriores.
O desenvolvimento da capacidade de
simbolização progride através da linguagem, da imaginação, da imitação e da
linguagem. Ela faz uso do repertório cada vez mais rico de símbolos, signos,
imagens e conceitos para mediar à relação com a realidade e o mundo social.
A linguagem é bem desenvolvida,
devido a diversificações de situações, pois amplia a expressão verbal, tendo
quase que um domínio completo de todos os sons da língua por volta dos cinco
anos de idade.
Centrado nos eixos Formação Pessoal e
Social e Conhecimento do Mundo, o ensino e a aprendizagem são atividades
conjuntas, compartilhadas, que asseguram à criança ir conhecendo e
contribuindo, progressivamente, o mundo que a envolve com os objetos, pessoas,
os seus sistemas de comunicação, valores, além de ir conhecendo a si mesma.
Com o fazer lúdico, pensa reflete e
organiza-se para aprender em dado momento. Estas vivências são fundamentais
para o processo de alfabetização e letramento.
Devem-se considerar os conhecimentos
que a criança já possui e suas várias experiências culturais para efetuar a
ação pedagógica compartilhando, auxiliando a enfrentar novas perspectivas, mas
do modo como à criança vê, apenas orientando e praticando até encontrar o
fortalecimento nas relações pessoais, sociais e de conhecimento geral.
Propor para as crianças um mundo de
interação contribuirá para um desenvolvimento emocional, social,
fundamentando-as nas suas formações, e na realidade de cada um.
Dentro desta perspectiva de educação
para todos constitui um grande desafio: A Educação Inclusiva que é garantida
pela Constituição Federal Brasileira, art. 208, III. A declaração da Salamanca
em l994 reafirmou o direito de todos à educação, independente de suas
diferenças, enfatizando que a educação para pessoas deficientes também é parte
integrante do sistema educativo, contemplando uma pedagogia voltada as
necessidades específicas e adoção de estratégias que se fizerem necessárias em
benefício comum. A LDB 9.394/96, artigos 58 e 59 têm também como finalidade de
concretizar preceito constitucional e responder ao compromisso com a “Educação
para Todos”. Assume-se assim, o compromisso de uma educação comprometida para a
cidadania, considerando sua diversidade. A educação inclusiva baseia-se na
educação condizente com igualdade de direitos e oportunidades em ambiente
favorável. A participação na Instituição da família, criança, num esforço
conjunto de aprendizagem compartilhada é de suma importância.
Aprender a conviver e relacionar-se
com pessoas que possuem habilidades e competências diferentes, expressões
culturais e sociais são condições necessárias para o desenvolvimento de valores
éticos, dentro dos preceitos básicos pedagógicos a estrutura curricular se
apóia nos Eixos Norteadores, que orientam a base educacional que são:
4.1 Identidade e Autonomia
Busca possibilitar a formação da
criança a partir das relações sócio-histórico-cultural, de forma consciente e
contextualizada, oferecendo condições para que elas aprendam a conviver com os
outros, em uma atitude básica de respeito e confiança. O trabalho educativo
pode, assim criar condições para as crianças conhecerem, descobrirem e
resignificarem novos sentimentos, valores, idéias, costumes e papéis sociais. A
identidade é um conceito de distinção, a começar pelo nome. A autonomia é a
capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprias, levando em conta
regras, valores. Identidade e autonomia é resultado da construção do próprio
cotidiano em sala de educação infantil, onde a criança necessita estar
conhecendo, desenvolvendo e utilizando seus recursos pessoais e naturais, para
fazer frente às diferentes situações que surgirão.
4.2 Conhecimento de Mundo
Refere-se à construção das diferentes
linguagens pelas crianças e as relações que estabelecem com os objetos de
conhecimento. È importante que tenham contato com diferentes áreas e sejam
instigadas por questões significativas, para observá-los, explica-los se tenham
várias maneiras de compreendê-los e representá-los. As diferentes linguagens
propiciam a interação com o outro, emoções e a mediação com a cultura.
4.3 Movimento
As crianças se movimentam desde que
nascem, adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo. Ao
movimentar-se, expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as
possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento
humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço.
As maneiras de andar, correr,
arremessar, saltar resultam das interações sociais e da relação dos homens com
o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das
diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas
presentes nas diferentes culturas. Diferentes manifestações dessa linguagem
foram surgindo, como a dança, o jogo, as brincadeiras, mas práticas esportivas
etc., nas quais se faz uso de diferentes gestos, postura e expressões corporais
com intencionalidade. Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as
crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão
inseridas.
O trabalho com movimento contempla a
multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo
desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças; refletir
sobre as atividades no cotidiano acerca das posturas corporais.
As atividades deverão priorizar o
desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais do movimento,
possibilitando a apropriação corporal pelas crianças, de forma que possam agir
com mais intencionalidade. Devem ser organizadas num processo contínuo e
integradas, que envolvam múltiplas experiências corporais.
Os conteúdos podem ser organizados
em:
4.3.1 Expressividade
Expressão Corporal;
Percepções.
4.3.2 Coordenação e Equilíbrio
Coordenação Ampla;
Coordenação Fina e Coordenação
Viso-Motor.
4.4Artes Visuais
A arte visual; expressa, comunica e
atribui sentido as sensações sentimentos pensamentos. Esta linguagem se faz
presente no cotidiano da educação infantil como importante forma de expressão e
comunicação humana, sofrendo influência da cultura onde está inserida. A
criança, ao ingressar na instituição de ensino, traz consigo suas leituras de
mundo pelas imagens. Dessa maneira, trabalhar a arte como geradora de
conhecimentos dentro do contexto infantil e, portanto, portadora de um caráter
lúdico, torna-se importante instrumento para o desenvolvimento perceptivo e
cognitivo.
Neste sentido, a arte visual deve se
estruturada como uma linguagem de códigos próprios e seu ensino devem articular
os seguintes aspectos.
Produção: exploração e
expressão, por meio da prática artística, desenvolvendo um percurso poético
pessoal.
Apreciação: reconhecimento,
análise e identificação de obras artísticas e de seus autores.
Reflexão: compreende a obra
artística como produto cultural, possibilitando diversas interpretações.
Seus conteúdos:
Fazer Artístico
Elementos da linguagem visual
Leitura de Imagens
Trajetória Artística
Poética (estilos)
4.5 Música
A música é uma organização de sons
presentes em diversas culturas, compreendidas como linguagem que traduz formas
sonoras expressivas de sentimentos, pensamentos e sensações. Favorece nas
crianças a aquisição de conhecimentos gerais e científicos, desenvolvendo potencialidades,
como: observação, percepção, imaginação e sensibilidades, contribuindo para a
sustentação de valores normas sociais. È imprescindível que a música faça parte
do currículo, no processo ensino aprendizagem. Escutando, cantando, tocando
instrumentos e articulando movimentos. Para a aquisição da linguagem musical se
concretizar, são necessárias ações que envolvam o fazer, o perceber o
contextualiza. Esta linguagem contempla:
4.5.1 Apreciação Musical
Propriedades e qualidades do som.
Gêneros musicais, estilos musicais e
elementos musicais.
4.5.2 Fazer Musical
4.6 Linguagem Oral e Escrita
É de grande importância na formação
da criança e nas diversas práticas sociais. É importante considerar a linguagem
como um meio de comunicação, expressão, representação, interpretação e
modificação da realidade. Promover experiências significativas de aprendizagem.
O convívio com a linguagem oral e escrita deve ser compreendido como uma
atividade da realidade, considerando que as crianças são ativas na construção
de seu conhecimento. Para que ocorra um desenvolvimento gradativo é
preciso que as capacidades associadas estejam ligadas as competências
lingüísticas básicas (falar, escutar, praticar leituras e escritas), que serão
trabalhadas de forma integrada, diversificada abrangendo vários conteúdos :
§ Textos de diversos
gêneros ( narrativos, informativos e poéticos );
§ Compreensão e
interpretação de textos;
§ Ampliação do vocabulário;
§ Produção de texto
oral e escrito;
§ Função social da escrita;
§ Evolução da escrita
na humanidade;
§ Representação
gráfica com diferentes tipos de letras e alfabetos;
§ Diferentes funções
da escrita; lazer, identificação, registro, comunicação, informação e
organização do pensamento.
Nesta perspectiva, a linguagem oral e
escrita deve estar presente no cotidiano e na prática das instituições de
educação infantil.
Assim, a linguagem não é um elemento
“estático” nem “objetivo”, mas uma construção dinâmica, onde as pessoas se
comunicam para informar, expressar seus sentimentos e idéias e compartilhar uma
visão de mundo.
4.7 Natureza e Sociedade
A percepção do mundo físico é direta:
elas testam o que sabem, tocando, ouvindo, observando, elaborando hipóteses e
procurando respostas às suas indagações. A atitude científica merece ser
estimuladas por intermédio da observação, experimentação, manipulação e
enriquecidos com conversas e ilustrações. As crianças adquirem consciência do
contexto em que vivem e se esforçam para entendê-lo, por meio da interação com
o meio natural e social.
Conhecer o mundo implica conhecer as
relações entre os seres humanos e a natureza, as formas de transformações e
utilizações dos recursos naturais, a diversidade cultural. Desta forma, as
crianças adquirem condições de desenvolver formas de convivências, atitudes de
polidez, respeito, cultivando valores sociais, intelectuais, morais, artísticos
e cívicos, O professor precisa se interar destes domínios e conhecimentos. O
importante será a descoberta.
Natureza e Sociedade reúnem aspectos
pertinentes ao mundo natural e social abordando:
Grupos Sociais
A criança e a Família
A criança e a Escola
A criança e o Contexto Social
Seres Vivos
Seres Humanos, animais e vegetais.
Recursos Naturais
Água, solo, ar, luz, astros e
estrelas.
Fenômenos da Natureza
Marés, trovão, relâmpagos, enchentes,
estações do ano e outros.
4.8 Pensamento Lógico-Matemático
A matemática é uma forma de pensar e
organizar experiências ela busca a ordem e o estabelecimento de padrões, que
requer raciocínio e resolução de problemas. As crianças estão imersas em um
universo no quais os conhecimentos matemáticos fazem parte elas vivem em um
mundo que experimentam o muito o grande o pequeno e o acabou. Trazem consigo um
entendimento intuitivo dos processos matemáticos e de resolver problemas. O
professor deve encorajar a exploração das idéias matemáticas relativas a
números, estatística, geometria e medidas, fazendo com que as crianças
desenvolvam o prazer e a curiosidade pela matemática no seu processo de
desenvolvimento a criança vai criando várias relações entre objetos e situações
por ela vivenciadas. Estabelecem relações cada vez mais complexas que lhe
permitirão desenvolver noções mais elaboradas.
A matemática abrange os seguintes
conteúdos:
Número
§ Função social do número;
§ Noções de quantidade;
§ Sistema numérico;
§ Inteiros;
§ Noção de números fracionários.
Geometria
§ Plana
§ Bidimensional
§ Espacial
§ Tridimensional
§ Medidas de grandeza
(padronizadas e não padronizadas)
§ Medidas de tempo
§ Medidas de massa
§ Medidas de comprimento
§ Medidas de velocidade
§ Medidas de capacidade
Sistema
monetário
Estatística
Tabelas e
gráficos
5. DESENVOLVIMENTO INFANTIL DE 0 A 5 ANOS.
Na faixa etária de 0 a 5 anos as
mudanças que ocorrem na criança são muito rápidas. Essas mudanças se dão de
forma gradual, mas se processam aos saltos, havendo em cada salto momentos de
ruptura, ocasionando na criança processo continuo de organização e
reorganização. Tais experiências muitas vezes, são penosas, por isso a
qualidade do atendimento nesse período é muito importante e tem grande
influência na formação de sua personalidade.
A infância é constituída por uma
sucessão de etapas. Cada uma delas prepara para a seguinte e os limites entre
uma e outra não são nítidos nem precisos em relação à idade cronológica;
funcionam de maneira global e indissociável.
O desenvolvimento dos sentidos, da
afetividade, da linguagem, da motricidade e da inteligência integram-se e
completam-se num processo continuo de interação.
6. O PERFIL DO EDUCADOR DA CRIANÇA DE 0 A 5 ANOS.
A Educação Infantil de 0 a 5 anos, ao
longo das três ultimas décadas, estabeleceu um desenvolvimento elevado nos
fazeres pedagógicos e tendências educacionais devido à conjunção de três
fatores:
§ Um intenso aumento
da demanda;
§ A intensificação de
conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil;
§ Ao desenvolvimento
de políticas públicas na área.
Por causa desses avanços ocorridos
nos últimos anos e do alto grau de criação existente em sua prática, a educação
de crianças de 0 a 5 anos exige um profissional dinâmico, polivalente. Pois de
acordo com o Referencial Curricular (1998) cabe ao professor trabalhar com
conteúdos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Esse
caráter polivalente demanda, uma formação bastante ampla do profissional que
deve tornar-se também um aprendiz, refletindo constantemente sobre a prática,
debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando
informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos
essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças: a
observação, o registro, o planejamento e a avaliação.
É preciso ter professores que estejam
comprometidos com a prática educacional, capazes de responder as demandas
familiares e das crianças, assim como as questões especificas relativas aos
cuidados e aprendizagens infantis.
O professor deve preparar-se para ser
um pesquisador capaz de avaliar as muitas formas de aprendizagens que estimula
em prática cotidiana, as interações por ele construídas com as crianças e com
as famílias em situações especificas.
O trabalho direto com crianças de 0 a
5 anos exige do professor o investimento emocional, conhecimento técnico
pedagógico e compromisso com a promoção do desenvolvimento da criança.
A criança tem o professor como alguém
qualificado para medir seu desenvolvimento, auxiliando-a a ampliar as
linguagens para usar, representar e exprimir sua forma de compreender o mundo e
si mesma.
Com isso o professor da Educação
Infantil deve ter formação ética e competência na especificidade de sua tarefa,
levando-se em conta o atual momento sócio-histórico, que ocorre em um mundo
complexo, contraditório, violento, consumista em constante mudança.
O importante é que os professores
tenham o domínio de conceitos e habilidades necessárias para se ter uma atuação
junto as crianças, atuação esta que seja promotora de aprendizagens e do
desenvolvimento das crianças no sentido de lhe garantir o direito à infância.
O professor deve ser capaz de
construir uma relação que transmita segurança para a criança, valorizando seu
potencial. Precisa ser sincero, autêntico, respeitando suas opiniões,
tornando-se um parceiro dessa criança na busca do conhecimento de um mundo
repleto de descobertas e interações.
Hoje em dia, há uma grande
necessidade de uma formação inicial e continuada mais abrangente e unificadora
para os professores.é preciso que o docente tenha a formação mínima para o
exercício do magistério ou cursando a faculdade. Porque o que se esperava do
professor a algumas décadas não correspondem mais ao que espera nos dias
atuais.
O professor precisa reconhecer suas
emoções, trabalhar certos sentimentos que lhe desperta a atuação profissional,
analisar sua próprias frustrações e sua agressividade para poder estabelecer
uma relação segura com a criança, em um clima carinhoso. Sem dúvida, o papel do
professor é importante na formação das crianças mas não gera conhecimento. O
professor repassa informações, mas além disso é preciso que o mesmo estimule a
curiosidade das crianças. O importante é que o profissional seja comprometido e
identificado com o trabalho da educação infantil.
7. ESTRUTURA OPERACIONAL
7.1 Enturmação
O atendimento a criança passa por
processos biopsicossociais distintos no período que corresponde de 0 a 5 anos.
Assim, o agrupamento das crianças
dessa faixa etária, poderá efetivar-se como berçário de 0 a 2 anos, maternal de
2 a 3 anos, jardim de 3 a 4 anos e pré-escola de 4 a 5 anos.
Porém, o trabalho pedagógico é
organizado com base nos estágios de desenvolvimento, haja vista o
reconhecimento de que a evolução mental do individuo interfere no ensino aprendizagem.
Atualmente o educador passa a exercer
o papel de mediador, intervindo na apropriação de conhecimentos das crianças,
potencializando as funções psicológicas superiores. É enquanto mediador que ele
deliberadamente trabalha a parte dos conceitos cotidianos em circulação no
grupo e promove suas ampliações de forma que os conhecimentos científicos sejam
explorados no espaço da educação infantil.
8.FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL
8.1 Identidade e Autonomia
O ingresso da criança pequena na
instituição de ensino (escola/creche) amplia o seu universo inicial, uma vez
que o contato com outras crianças e com adultos de origens e hábitos culturais
diversos proporciona chances de aprender novas brincadeiras e de adquirir
conhecimentos sobre diferentes realidades.
A maneira como cada um se vê depende
também do modo como é visto pelos outros. Os traços particulares de cada
criança, o jeito de cada uma e como isso é recebido pelo professor e pelo grupo
em que se insere, tem grande impacto na formação de sua personalidade e de sua
auto-estima, já que sua identidade está em construção.
As crianças vão, gradativamente,
acionando seus próprios recursos, percebendo-se e percebendo os outros como
diferentes, o que representa uma condição essencial para o desenvolvimento de
sua autonomia.
A construção da identidade e da
autonomia é para a criança o grande salto para a independência, sendo a
autonomia definida como a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si
própria, levando em conta regras, valores, a sua perspectiva pessoal, bem como
a do outro. Educar para a autonomia significa considerar as crianças como seres
com vontade própria, capazes e competentes para construir conhecimentos,
interferindo no meio em que vivem.
Segundo Kamii (2002), “É decidindo
que as crianças aprendem a tomar boas decisões”.
9. PRÁTICAS EDUCATIVAS
9.1 Berçário (0 a 2 anos)
9.1.1 Eixo de Trabalho: linguagem
Oral e Escrita
Objetivos
|
Bloco de Conteúdos
|
Participar de variadas situações de
comunicação oral para interagir e expressar desejos, necessidades e
sentimentos por meio da linguagem oral relatando suas vivências;Interessar-se
e interagir com materiais de leitura.Familiarizar-se aos poucos, com a
escrita por meio da participação em situações nas quais se faz necessária e
do contato cotidiano: livros, revistas, historias em quadrinhos e etc.
|
Uso da linguagem oral para
conversar, comunicar-se, expressar desejos, vontades, necessidades e
sentimentos, nas diversas situações de interações presentes no
cotidiano.Participação em situações de leituras de diferentes gêneros feitas
pela educadora como contos, poemas, historias infantis, parlendas, trava
línguas em geral.Observação e manuseios de materiais impressos como livros de
banho e de pano, historias em quadrinhos e etc.
Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso
da leitura e escrita.
|
9.1.2 Eixo de Trabalho: PENSAMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO
Objetivos
|
Bloco de Conteúdos
|
Estabelecer aproximações a algumas
noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem, relações
espaciais e etc.
|
Contato com noções de contagem
oral, de quantidade, de tempo e de espaço em jogos, brincadeiras e músicas
junto com o professor nos diversos contextos.Manipulação e exploração de
objetos e brinquedos em situações organizadas de forma a existirem
quantidades individuais suficientes para que cada criança possa descobrir as
características e propriedades principais e suas possibilidades associativas:
empilhar, rolar, encaixar, etc.
|
9.1.3 Eixo de Trabalho: natureza e
sociedade.
Objetivos
|
Bloco de Conteúdos
|
Explorar o ambiente para que possa
se relacionar com pessoas, estabelecer contato com pequenos animais, com
plantas e com objetos diversos, manifestando curiosidade e interesse
|
Participação em atividades que
envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às
tradições culturais de sua comunidade e de outros grupos;Exploração de
diferentes objetos, de suas propriedades e processos de transformação.Contato
com pequenos animais e plantas.
Conhecimento do próprio corpo por meio do uso e da exploração de suas
habilidades físicas, motoras e perceptivas.
|
9.1.4
Eixo de Trabalho: música
Objetivos
|
Bloco de Conteúdos
|
Ouvir e perceber eventos sonoros
diversos, fontes sonoras e produções musicais.Brincar com a música, imitar e inventar
movimentos e sons diversos.Reproduzir criações musicais.
|
O fazer musicalExploração,
expressão de sons com a voz, com o corpo e com materiais sonoros
diversos.Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos
corporais.
Apreciação musical
Escuta de obras musicais variadas.
Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos
corporais
|
9.1.5
Eixo de Trabalho: artes visuais
Objetivos
|
Bloco de Conteúdos
|
Ampliar o conhecimento de mundo que
possuem, manipulando diferentes objetos e materiais, explorando suas
características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em
contato com formas diversas de expressão artística.Utilizar diversos
materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas
possibilidades de expressão e comunicação.
|
O fazer artísticoExploração e
manipulação de materiais com diferentes texturas e espessuras; de meios como
tintas, água, areia, terra, argila, massinha, papel, etc.; e de variados
suportes gráficos, papel, papelão, parede, chão, caixas, etc.Manipulação de
matérias como lápis e pinceis de diferentes texturas e espessuras, brochas,
carvão, carimbo, lixas, etc.
Cuidado com o próprio corpo e dos colegas no contato com os suportes e
materiais de artes.
Respeito e cuidado com os materiais e com os trabalhos e objetos
produzidos individualmente ou em grupo.
Exploração de diferentes movimentos gestuais, visando a produção de
marcas gráficas.
Apreciação em Artes Visuais
Observação e identificação de imagens diversas.
|
9.1.6
Eixo de Trabalho: movimento
Objetivos
|
Bloco de Conteúdos
|
Familiariza-se com a imagem do
próprio corpo.Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para
expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de interação;Deslocar o
próprio corpo com destreza progressiva no espaço, no andar, correr, pular…
desenvolvendo atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;
Explorar e utilizar os movimentos de preensão, encaixe, lançamentos
para o uso de objetos diversos.
|
ExpressividadeReconhecimento progressivo de
segmentos e elementos do próprio corpo por meio da exploração, das
brincadeiras, do uso do espelho e da interação com os outros.Expressão de
sensações e ritmos corporais por meios de gestos, posturas e da linguagem
oral.
Equilíbrio e Coordenação
Exploração de diferentes posturas corporais, como sentar-se em
diferentes inclinações, deitar-se em diferentes posições, ficar ereto apoiado
na planta dos pés com e sem ajuda, etc.
Ampliação progressiva da destreza para deslocar-se no espaço por meio
da possibilidade constante de arrastar-se, engatinhar, rolar, andar, correr,
saltar, etc.
Aperfeiçoamento dos gestos relacionados com a preensão, o encaixe, o
traçado, o lançamento, etc., por meio da experimentação e utilização de suas
habilidades manuais em diversas situações cotidianas.
|
As atividades desenvolvidas no
Berçário caracterizam-se nas ações entre o cuidar e o educar.Cuidar, portanto,
inclui educar a criança por meio de atividades parceiras na integridade física,
isto é, desenvolver a consciência de que o cuidar e o educar são
indissociáveis. Os momentos de alimentação e higiene oportunizam praticas
educativas que colaboram para o desenvolvimento infantil.
O brincar é um aspecto básico do
desenvolvimento do bebê que merece atenção especial. As brincadeiras propostas
pelo educador caracterizam-se em: brincadeiras com bola, como esconder ou rolar
a bola de modo a desenvolver a atenção, a imaginação, a coordenação
motora;brincadeiras com ursinhos, bonecas e carrinhos que imitam através do
jogo do faz-de-conta situações do cotidiano;brincadeiras com chocalho,
móbiles,panos etc., que promovem o desenvolvimento da atenção,da percepção
visual,auditiva e tátil; brincadeira na frente do espelho que promovem o
reconhecimento de si e do outro;brincadeiras cantadas,mímicas e parlendas que
desenvolvem a imaginação, a socialização,o vocabulário, o ritmo e o gosto pela
música.
As atividades desenvolvidas na faixa
etária de 0 a 2 anos deverão considerar as fases de desenvolvimento da
criança,isto é,as propostas dos educadores devem acompanhar de forma gradativa
os avanços cognitivos e motores das criança .
9.2 Maternal (2 a 3 anos)
9.2.1 EIXO DE TRABALHO: LINGUAGEM
ORAL E ESCRITA
OBJETIVOS
|
BLOCO DE CONTEÚDOS
|
Participar de variadas situações de
comunicação oral e escrita para interagir e expressar desejos, necessidades e
sentimentos, relatando suas vivências;Interessar-se e criar leitura de
histórias;Familiarizar-se aos poucos, com a escrita por meio da participação
em situações nas quais se faz necessária e do contato cotidiano como: livros,
revistas, histórias em quadrinhos e etc.
Proporcionar a sala um ambiente alfabetizador, levando a criança a
perceber que tudo que falamos e pensamos podem ser registradas.
|
Uso da linguagem oral para conversar, comunicar-se, relatar suas
vivências e expressar desejos, vontades, necessidades e sentimentos, nas
diversas situações de interações presentes no cotidiano;Participação em
situações de leituras e escrita de diferentes gêneros feitas pela educadora e
também pelas próprias crianças, como contos, poemas, parlendas,
trava-línguas, etc.;Participação em situações cotidianas nas quais se faz
necessário o uso da leitura e escrita;
Observação e manuseio de materiais impressos como: livros, revistas,
histórias em quadrinhos etc.;
|
9.2.2 EIXO DE TRABALHO: PENSAMENTO
LÓGICO MATEMÁTICO.
OBJETIVOS
|
BLOCO DE CONTEÚDOS
|
Estabelecer aproximações a algumas
noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem, relações
espaciais etc.Manipular e explorar objetos e brinquedos em situações
organizadas de forma a existirem quantidades individuais.Classificar e seriar
objetos a partir das cores, formas e tamanhos.
Realizar encaixes construindo novas formas.
Reconhecer e valorizar os números.
Ampliar as noções que envolvem as relações de comparação,
classificação, seriação, ordenação.
|
Utilização da contagem oral, de noções de quantidade, de tempo e de
espaço em jogos, brincadeiras e músicas junto com o professor e nos diversos
contextos nos quais as crianças reconheçam essa utilização como
necessária.Manipulação e exploração de objetos e brinquedos, em situações
organizadas de forma a existirem quantidades individuais suficientes para que
cada criança possa descobrir as características e propriedades principais e
suas possibilidades associativas: empilhar, rolar, transvasar, encaixar,
etc.Noções de grandeza, de posição, de direção e sentido e noções de tempo
através jogos, brincadeiras e situações nos quais as crianças reconheçam essa
utilização como necessária.
Exploração e conhecimento do esquema corporal, da lateralidade e
localização no espaço em relação a outros objetos.
Semelhança e diferença entre as formas geométricas encontradas na
natureza e dos objetos.
|
9.2.3 EIXO DE TRABALHO: NATUREZA E
SOCIEADE
OBJETIVOS
|
BLOCO DE CONTEÚDOS
|
Explorar o ambiente para que possa
se relacionar com pessoas, estabelecer contato com pequenos animais, com
plantas e com objetivos diversos, manifestando curiosidade e interesse.
|
Participação em atividades que
envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às
tradições culturais de sua comunidade e de outros grupos;Exploração de
diferentes objetos, de suas propriedades e processos de transformação.Contato
com pequenos animais e plantas.
Conhecimento do próprio corpo por meio do uso e da exploração de suas
habilidades físicas, motoras e perceptivas.
Conhecimento de fatos e acontecimentos sociais do presente e do
passado, bem como a valorização destes.
|
9.2.4
EIXO DE TRABALHO: MÚSICA
OBJETIVOS
|
BLOCO DE CONTEÚDOS
|
Ouvir, perceber e discriminar
eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais.Brincar com a
música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais.
|
O fazer musicalExploração,
expressão e produção do silêncio e de sons com a voz, como corpo e com
materiais sonoros diversos.Interpretação de músicas e canções diversas.
Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos
corporais.
Apreciação Musical
Escuta de obras musicais variadas.
Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos
corporais.
|
9.2.5
EIXO DE TRABALHO: ARTES VISUAIS
OBJETIVOS
|
BLOCO DE CONTEÚDOS
|
Ampliar o conhecimento de mundo que
possuem, manipulando diferentes objetos e materiais, explorando suas
características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em
contato com formas diversas de expressão artística.Utilizar diversos
materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas
possibilidades de expressão e comunicação.
|
O Fazer Artístico Exploração e
manipulação de materiais, como lápis e pincéis de diferentes texturas e
espessuras, brochas, carvão, carimbo, lixas, etc.; de meios como tintas,
água, areia, terra, argila, massinha etc.; e de variados suportes gráficos
como jornal, papel, papelão, parede, chão, caixas, madeiras etc.Exploração e
reconhecimento de diferentes movimentos gestuais, visando a produção de
marcas gráficas.
Cuidado com o próprio corpo e dos colegas no contato com os suportes e
materiais de artes.
Respeito e cuidado com os materiais e com os trabalhos e objetos
produzidos individualmente ou em grupo.
Apreciação em Artes Visuais
Observação e identificação de imagens diversas.
|
9.2.6 EIXO DE TRABALHO: MOVIMENTO
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Familiarizar com a imagem do próprio
corpo;
Explorar as possibilidades de gestos
e ritmos corporais para expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de
interação;
Deslocar o próprio corpo com destreza
progressiva no espaço, ao andar, correr, pular… desenvolvendo atitude de
confiança nas próprias capacidades motoras;
Explorar e utilizar os movimentos de
preensão, encaixe, lançamentos para o uso de objetos diversos.
Expressividade
Reconhecimento progressivo de
segmentos e elementos do próprio corpo por meio da exploração, das
brincadeiras, do uso do espelho e da interação com os outros.
Expressão de sensações e ritmos
corporais por meio de gestos, posturas e da linguagem oral.
Equilíbrio e Coordenação
Exploração de diferentes posturas
corporais, como sentar-se em diferentes inclinações, deitar-se em diferentes
posições, ficar ereto apoiado na planta dos pés com e sem ajuda etc.
Ampliação progressiva da destreza
para deslocar-se no espaço por meio da possibilidade constante de arrastar-se,
engatinhar, rolar, andar, correr, saltar etc.
Aperfeiçoamento dos gestos relacionados
com a preensão, o encaixe, o traçado no desenho, o lançamento etc., por meio da
experimentação e utilização de suas habilidades manuais em diversas situações
cotidiana.
As atividades desenvolvidas no
Maternal priorizam as aprendizagens que propiciam o desenvolvimento progressivo
da autonomia, considerando a especificidade da faixa etária, bem como a
metodologia de projetos. Por exemplo, o grupo passará a prever regras que
viabilizem a organização do ambiente de aprendizado, de trocas entre seus pares,
tais como: o falar e o ouvir de forma sistematizada; a construção e aceitação
das normas de convivência; a realização do uso de talheres, do banheiro, de
materiais de sala, entre outros, com a interferência do educador somente nos
casos em que as crianças apresentam reais dificuldades em realizar tais
tarefas.
As propostas de trabalho para o
maternal prevêem contato mais direto com os diversos materiais. As atividades
realizam-se a partir de recursos, como: vídeo, materiais impressos (livros,
jornais, revistas, encartes…), música, lápis, canetinha, giz de cera, massinha,
diferentes tipos de papéis, cartazes, quadro negro, mural, brinquedos e jogos,
etc.
9.3 Jardim (3 a 4 anos)
9.3.1 EIXO DE TRABALHO: LINGUAGEM
ORAL E ESCRITA
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Proporcionar à sala um ambiente
alfabetizador.
Levar o aluno a perceber que tudo que
imaginamos, pensamos e falamos pode ser escrito.
Ampliar gradativamente suas
possibilidades de comunicação e expressão, interessando-se por conhecer vários
gêneros orais e escritos e participando de diversas situações de intercâmbio
social nas quais possa contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas,
elaborar e responder perguntas.
Familiarizar-se com a escrita por
meio do manuseio de livros, revistas e outros portadores de texto e da vivência
de diversas situações nas quais seu uso se faça necessário.
Escutar textos lidos, apreciando a
leitura feita pelo professor.
Interessar-se por escrever palavras e
textos ainda que não de forma convencional.
Reconhecer seu nome escrito, sabendo
identificá-lo nas diversas situações do cotidiano.
Escolher os livros para ler e
apreciar.
Incentivar a produção de textos
individuais e/ ou coletivos ditados oralmente ao professor para diversos fins.
Falar e escutar
Uso da linguagem oral para conversar,
brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, idéias,
preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de
interação presentes no cotidiano.
Elaboração de perguntas e respostas
de acordo com os diversos contextos de que participa.
Participação em situações que
envolvem a necessidade de explicar e argumentar suas idéias e pontos de vista.
Relato de experiências vividas e
narração de fatos em seqüência temporal e causal.
Reconto de histórias conhecidas com
aproximação às características da história original no que se refere à
descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem ajuda do professor.
Articulação correta das palavras.
Conhecimento e reprodução oral de
jogos verbais, como trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas e
canções.
Práticas de leitura
Participação nas situações em que
os adultos lêem textos de diferentes gêneros, como contos, poemas,
notícia de jornal, informativos, parlendas, trava-línguas, etc.
Participação em situações que as
crianças leiam, ainda que não o façam de maneira convencional.
9.3.2 EIXO DE TRABALHO: PENSAMENTO
LÓGICO-MATEMÁTICO
OBJETIVOS
BLOCOS DE CONTEÚDOS
Instrumentalizar o aluno para que
possa utilizar sua criatividade na reelaboração e formalização de novas formas
de raciocínio, tendo confiança em suas próprias estratégias e na sua capacidade
para lidar com situações matemáticas novas, utilizando seus conhecimentos
prévios.
Reconhecer e valorizar os úmeros, as
operações, as contagens orais e as noções espaciais como ferramentas
necessárias no seu cotidiano.
Comunicar idéias matemáticas,
hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema
relativos a quantidade, espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a
linguagem matemática.
Ampliar as noções que envolvem as
relações de comparação, classificação, seriação, ordenação, conclusão e
análise, de forma que essas noções sejam a base da construção do número e da
geometria, e a medida do grande eixo articulador das questões referentes à
quantidade e espaço.
Vocabulário Fundamental
Noções de grandeza (grande, médio,
pequeno; maior, menor, mesmo tamanho; alto, baixo, mesma altura; largo,
estreito, mesma largura; grosso, fino; comprido, curto, mesmo tamanho).
Noções de posição (dentro e fora;
embaixo, em cima; na frente de, atrás de, ao lado de; mais perto de, mais longe
de; o primeiro, o último, no meio, entre; de frente, de costas, de lado; à
direita, à esquerda; acima, abaixo).
Noções de direção e sentido ( para
frente, para trás; para cima, para baixo, para o lado; para a direita, para a
esquerda; mesmo sentido, sentidos contrários, setas, meia volta, uma volta).
Noções de tempo (antes, depois;
agora, mais tarde; ontem, hoje, amanhã; de dia, de noite; de manhã, à tarde, à
noite; iniciação às horas inteiras; logo, depois de; velho, novo; moderno;
antigo; começo, meio e fim; dia; semana, mês).
Números e Sistema de Numeração
Utilização da contagem oral nas
brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade.
Comunicação de quantidades,
utilizando a linguagem oral, a notação numérica e/ou registros não
convencionais.
Classificação.
Seriação.
Correspondências.
9.3.3 EIXO DE
TRABALHO: NATUREZA E SOCIEDADE
OBJETIVOS
BLOCOS DE CONTEÚDOS
Manifestar opiniões próprias sobre os
acontecimentos demonstrando curiosidade sobre o mundo social e natural,
formulando perguntas, imaginando soluções, buscando informações, confrontando
idéias.
Estabelecer relações entre o modo de
vida características do seu grupo e outros sociais.
Proporcionar e estabelecer relações
entre o meio ambiente e as formas de vida que neles se estabelecem.
Incentivar e valorizar a importância
da preservação das espécies para a qualidade da vida humana.
Organização dos grupos e seu modo de
ser, viver e trabalhar.
Participação em atividades que
envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às
tradições culturais pertencentes a sua comunidade e de outras.
Conhecimento de vários grupos sociais
do presente e do passado descobrindo seu modo de ser, viver e trabalhar, bem
como a valorização do seu patrimônio cultural.
Identificação de papéis sociais
existentes no cotidiano da criança.
Os lugares e suas paisagens
Observação da paisagem local e de
mudanças ocorridas ao longo do tempo.
Importância e valorização da
preservação dos espaços coletivos e do meio ambiente.
Objetos e processos de transformação
Confecção e reconhecimento de algumas
propriedades de objetos: máquinas, instrumentos musicais, brinquedos,
ferramentas, aparelhos eletrodomésticos, construções, meios de transportes,
meios de comunicação e outros.
Cuidado no manuseio dos objetos:
segurança e prevenção de acidentes bem como sua conservação.
Os seres vivos
Características e necessidade vitais
de diferentes espécies de seres vivos e relação entre eles.
9.3.4 EIXO DE TRABALHO: MÚSICA
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Explorar e identificar elementos da
música para que se expresse interagindo com os outros e ampliando o seu
conhecimento de mundo.
Expressar através das improvisações,
composições e interpretações musicais as sensações, sentimentos e pensamentos.
Reconhecer e utilizar em contextos
musicais as diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons:
altura, duração, intensidade e timbre.
Desenvolver a memória musical através
de repertório de canções bem como a participação em jogos e brincadeiras
envolvendo dança e improvisação musical.
Oportunizar escuta de diversos
gêneros musicais, estilos, épocas e culturas brasileiras e de outros povos
proporcionando informações sobre as obras ouvidas e seus compositores.
Reconhecer os elementos musicais
básicos como frases, partes e forma.
O fazer musical
Reconhecimento e utilização
expressiva, em contextos musicais das diferentes características geradas pelo
silêncio e pelos sons: altura (graves ou agudos), duração (curtos ou longos),
intensidade (fracos ou fortes) e timbre (característica que distingue e
“personaliza” cada som).
Reconhecimento e utilização das
variações de velocidade e densidade na organização e realização de algumas
produções musicais.
Participação em jogos e brincadeiras
que envolvam a dança e/ou a improvisação musical.
Repertório de canções para
desenvolver memória musical.
Apreciação musical
Escuta de obras musicais de diversos
gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical brasileira
e de outros povos e paises.
Reconhecimento de elementos musicais
básicos: frases, partes, elementos que se repetem etc. (a forma).
Informações sobre as obras ouvidas e
sobre seus compositores para iniciar seus conhecimentos sobre a produção
musical.
9.3.5 EIXO DE TRABALHO: ARTES VISUAIS
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Entrar em contato com suas próprias
produções, com a das outras crianças e as diversas obras artísticas (regionais,
nacionais ou internacionais) ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura.
Produzir trabalhos de arte,
utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, da
construção desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de
produção e criação como forma de comunicação e expressão.
O fazer artístico.
Apreciação em Artes Visuais.
Conhecimento da diversidade de
produções artísticas, como desenhos, pinturas, esculturas, construções,
fotografias, colagens, ilustrações, cinema etc.
Apreciação das suas produções e das
dos outros, por meio da observação e leitura de alguns dos elementos da
linguagem plástica.
Observação dos elementos
constituintes da linguagem visual: ponto, linha, forma, cor, volume,
contrastes, luz, texturas.
Leitura de obras de arte a partir da
observação, narração, descrição e interpretação de imagens e objetos.
Apreciação das Artes Visuais e
estabelecimento de correlação com as experiências pessoais.
9.3.6 EIXO DE TRABALHO: MOVIMENTO
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Aumentar as possibilidades de
expressão do próprio movimento, fazendo uso de gestos diversificados e o ritmo
corporal das crianças através das vivências como: jogos, danças, brincadeiras e
outros.
Fazer uso da velocidade, força,
flexibilidade, resistência para explorar diferentes qualidades e dinâmicas do
movimento, possibilitando o conhecimento gradativo das potencialidades
respeitando seus próprios limites.
Ajustar gradualmente o próprio
movimento bem como suas habilidades motoras aperfeiçoando seus recursos de
deslocamento na utilização em danças, brincadeiras, jogos e demais situações.
Possibilitar a ampliação das formas
de manuseio de diferentes materiais e objetos através dos diversos movimentos
como preensão, encaixe e lançamento.
Conhecer e identificar segmentos e
elementos apropriando-se progressivamente da imagem global de seu corpo,
desenvolvendo atitudes de interesses cuidado com o próprio corpo.
Expressividade
Utilização expressiva intencional do
movimento nas situações cotidianas e em suas brincadeiras.
Percepção de estruturas rítmicas para
expressar-se corporalmente por meio da dança, brincadeiras e de outros
movimentos.
Valorização e ampliação das
possibilidades estéticas do movimento pelo conhecimento e utilização de
diferentes modalidades de dança.
Percepção das sensações, limites,
potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.
Equilíbrio e Coordenação
Participação em brincadeiras e jogos
que envolvam correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se,
dançar etc., para ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo
e o movimento.
Utilização dos recursos de
deslocamento e das habilidades de força, velocidade, resistência e
flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa.
Valorização de suas conquistas
corporais.
Manipulação de materiais, objetos e
brinquedos diversos para aperfeiçoamento de suas habilidades manuais.
9.4 Pré (4 a 5 anos)
9.4.1 EIXO DE TRABALHO: LINGUAGEM
ORAL E ESCRITA
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTÉDOS
Proporcionar à sala um ambiente
alfabetizador.
Levar o aluno a perceber que tudo que
imaginamos, pensamos e falamos pode ser escrito.
Ampliar gradativamente suas
possibilidades de comunicação e expressão, interessando-se por conhecer vários
gêneros orais e escritos e participando de diversas situações de intercâmbio
social nas quais possa contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas,
elaborar e responder perguntas.
Familiarizar-se com a escrita por
meio do manuseio de livros, revistas e outros portadores de texto e da vivência
de diversas situações nas quais seu uso se faça necessário.
Escutar textos lidos, apreciando a
leitura feita pelo professor.
Interessar-se por escrever palavras e
textos ainda que não de forma convencional.
Reconhecer seu nome escrito, sabendo
identificá-lo nas diversas situações do cotidiano.
Escolher os livros para ler e
apreciar.
Incentivar a produção de textos
individuais e/ ou coletivos ditados oralmente ao professor para diversos fins.
Falar e escutar
Uso da linguagem oral para conversar,
brincar, comunicar e expressar desejos, necessidades, opiniões, idéias,
preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas diversas situações de
interação presentes no cotidiano.
Elaboração de perguntas e respostas
de acordo com os diversos contextos de que participa.
Participação em situações que
envolvem a necessidade de explicar e argumentar suas idéias e pontos de vista.
Relato de experiências vividas e
narração de fatos em seqüência temporal e causal.
Reconto de histórias conhecidas com
aproximação às características da história original no que se refere à
descrição de personagens, cenários e objetos, com ou sem ajuda do professor.
Articulação correta das palavras.
Conhecimento e reprodução oral de
jogos verbais, como trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas e
canções.
Práticas
de leitura
Participação nas situações em que os
adultos lêem textos de diferentes gêneros, como contos, poemas, notícia de
jornal, informativos, parlendas, trava-línguas etc.
Participação em situações que as
crianças leiam, ainda que não o façam de maneira convencional.
9.4.2 EIXO DE TRABALHO: PENSAMENTO
LÓGICO MATEMÁTICO
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Instrumentalizar o aluno para que
possa utilizar sua cultividade na reelaboração formalização de novas formas de
raciocínio, tendo confiança em suas próprias estratégias e na sua capacidade
para lidar com situações matemáticas novas, utilizando seus conhecimentos
prévios.
Reconhecer e valorizar os números, as
operações numéricas, as contagens orais e as noções especiais como ferramentas
necessárias no seu cotidiano.
Comunicar idéias matemáticas,
hipóteses, processos utilizados e resultados encontrados em situações-problema
relativos a quantidade espaço físico e medida, utilizando a linguagem oral e a
linguagem matemática.
Ampliar as noções que envolvem as relações
de comparação, classificação, seriação, ordenação, conclusão e análise, de
forma que essas noções sejam a base da construção do número e da geometria, e a
medida do grande eixo articulador das questões referentes à quantidade e
espaço.
Vocabulário Fundamental
Noções de grandeza (grande, médio,
pequeno; maior, menor, mesmo tamanho; alto, baixo, mesma altura; largo,
estreito, mesma largura; grosso, fino; comprido, curto, mesmo tamanho).
Noções de posição (dentro e fora;
embaixo, em cima; na frente de, atrás de, ao lado de; mais perto de, mais longe
de; o primeiro, o último, no meio, entre; de frente, de costas, de lado; à
direita, à esquerda; acima, abaixo).
Noções de direção e sentido ( para
frente, para trás; para cima, para baixo, para o lado; para a direita, para a
esquerda; mesmo sentido, sentidos contrários, setas, meia volta, uma volta).
Noções de tempo (antes, depois;
agora, mais tarde; ontem, hoje, amanhã; de dia, de noite; de manhã, à tarde, à
noite; iniciação às horas inteiras; logo, depois de; velho, novo; moderno;
antigo; começo, meio e fim; dia, semana, mês).
Números e Sistema de Numeração
Utilização da contagem oral nas
brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade.
Utilização de noções simples de
cálculo mental como ferramenta para resolver problemas.
Comunicação de quantidades,
utilizando a linguagem oral, a notação numérica e/ou registros não
convencionais.
Classificação.
9.4.3 EIXO DE TRABALHO: NATUREZA E SOCIEDADE
OBJETIVOS
BLOCO
DE CONTEÚDOS
Manifestar opiniões próprias sobre os
acontecimentos demonstrando curiosidade sobre o mundo social e natural,
formulando perguntas, imaginando soluções, buscando informações, confrontando
idéias.
Estabelecer relações entre o modo de
vida características do seu grupo e outros sociais.
Proporcionar e estabelecer relações
entre o meio ambiente e as formas de vida que neles se estabelecem.
Incentivar e valorizar a importância
da preservação das espécies para a qualidade da vida humana.
Organização dos grupos e seu modo de
ser, viver e trabalhar
Participação em atividades que
envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às
tradições culturais pertencentes a sua comunidade e de outras.
Conhecimento de vários grupos sociais
do presente e do passado descobrindo seu modo de ser, viver e trabalhar, bem
como a valorização do seu patrimônio cultural.
Identificação de papéis sociais
existentes no cotidiano da criança.
Os lugares e suas paisagens
Observação da paisagem local e de
mudanças ocorridas ao longo do tempo.
Importância e valorização da
preservação dos espaços coletivos e do meio ambiente.
Objetos e processos de transformação
Confecção e reconhecimento de algumas
propriedades de objetos: máquinas, instrumentos musicais, brinquedos,
ferramentas, aparelhos eletrodomésticos, construções, meios de transportes,
meios de comunicação e outros.
Cuidado no manuseio dos objetos:
segurança e prevenção de acidentes bem como sua conservação.
Os
seres vivos
Características e necessidade vitais
de diferentes espécies de seres vivos e relação entre eles.
9.4.4
EIXO DE TRABALHO: MÚSICA
OBJETIVOS
BLOCO
DE CONTEÚDOS
Explorar e identificar elementos da
música para que se expresse interagindo com os outros e ampliando o seu
conhecimento de mundo.
Expressar através das improvisações,
composições e interpretações musicais as sensações, sentimentos e pensamentos.
Reconhecer e utilizar em contextos
musicais as diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons:
altura, duração, intensidade e timbre.
Desenvolver a memória musical através
de repertório de canções bem como a participação em jogos e brincadeiras
envolvendo dança e improvisação musical.
Oportunizar escuta de diversos
gêneros musicais, estilos, épocas e culturas brasileiras e de outros povos
proporcionando informações sobre as obras ouvidas e seus compositores.
Reconhecer os elementos musicais
básicos como frases, partes e forma.
O fazer musical
Reconhecimento e utilização
expressiva, em contextos musicais das diferentes características geradas pelo
silêncio e pelos sons: altura (graves ou agudos), duração (curtos ou longos),
intensidade (fracos ou fortes) e timbre (característica que distingue e
“personaliza” cada som).
Reconhecimento e utilização das
variações de velocidade e densidade na organização e realização de algumas
produções musicais.
Participação em jogos e brincadeiras
que envolvam a dança e/ou a improvisação musical.
Repertório de canções para
desenvolver memória musical.
Apreciação musical
Escuta de obras musicais de diversos
gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros
povos e paises.
Reconhecimento de elementos musicais
básicos: frases, partes, elementos que se repetem etc. (a forma).
Informações sobre as obras ouvidas e
sobre seus compositores para iniciar seus conhecimentos sobre a produção
musical.
9.4.5 EIXO DE TRABALHO: ARTES VISUAIS
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Entrar em contato com suas próprias
produções, com a das outras crianças e as diversas obras artísticas (regionais,
nacionais ou internacionais) ampliando seu conhecimento do mundo e da cultura.
Produzir trabalhos de arte,
utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, da
construção desenvolvendo o gosto, o cuidado e o respeito pelo processo de
produção e criação como forma de comunicação e expressão.
O fazer
artístico.
Apreciação em Artes Visuais.
Conhecimento da diversidade de
produções artísticas, como desenhos, pinturas, esculturas, construções,
fotografias, colagens, ilustrações, cinema etc.
Apreciação das suas produções e das
dos outros, por meio da observação e leitura de alguns dos elementos da
linguagem plástica.
Observação dos elementos
constituintes da linguagem visual: ponto, linha, forma, cor, volume,
contrastes, luz, texturas.
Leitura de obras de arte a partir da
observação, narração, descrição e interpretação de imagens e objetos.
Apreciação das Artes Visuais e
estabelecimento de correlação com as experiências pessoais.
9.4.6 EIXO DE TRABALHO: MOVIMENTO
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Aumentar as possibilidades de
expressão do próprio movimento, fazendo uso de gestos diversificados e o ritmo
corporal das crianças através das vivências como: jogos, danças, brincadeiras e
outros.
Fazer uso da velocidade, força,
flexibilidade, resistência para explorar diferentes qualidades e dinâmicas do
movimento, possibilitando o conhecimento gradativo das potencialidades
respeitando seus próprios limites.
Ajustar gradualmente o próprio
movimento bem como suas habilidades motoras aperfeiçoando seus recursos de
deslocamento na utilização em danças, brincadeiras, jogos e demais situações.
Possibilitar a ampliação das formas
de manuseio de diferentes materiais e objetos através dos diversos movimentos
como preensão, encaixe e lançamento.
Conhecer e identificar segmentos e
elementos apropriando-se progressivamente da imagem global de seu corpo,
desenvolvendo atitudes de interesses cuidado com o próprio corpo.
Expressividade
Utilização expressiva intencional do
movimento nas situações cotidianas e em suas brincadeiras.
Percepção de estruturas rítmicas para
expressar-se corporalmente por meio da dança, brincadeiras e de outros
movimentos.
Valorização e ampliação das
possibilidades estéticas do movimento pelo conhecimento e utilização de
diferentes modalidades de dança.
Percepção das sensações, limites,
potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.
Equilíbrio
e Coordenação
Participação em brincadeiras e jogos
que envolvam correr, subir, descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se,
dançar etc., para ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo
e o movimento.
Utilização dos recursos de
deslocamento e das habilidades de força, velocidade, resistência e
flexibilidade nos jogos e brincadeiras dos quais participa.
Valorização de suas conquistas
corporais.
Manipulação de materiais, objetos e
brinquedos diversos para aperfeiçoamento de suas habilidades manuais.
As atividades desenvolvidas no Pré
priorizam as aprendizagens que propiciam o desenvolvimento progressivo da
autonomia, considerando a especificidade da faixa etária, bem como a
metodologia de projetos. Por exemplo, a construção e aceitação das normas de
convivência que viabilizam a organização do ambiente, bem como a freqüente
busca da regulação do comportamento frente a diversas situações cotidianas do grupo.
As propostas de trabalho para o
pré-escolar prevêem contato mais direto com materiais escritos (livros,
jornais, revistas, textos didáticos, anúncios, encartes…) e atividades capazes
de estimular a relação entre significado e significante, como por exemplo:
produção coletiva e individual de textos, pesquisas, jogos, vídeo, leitura de
obras, música, dramatização, entre outras. As atividades realizam-se a partir
de recursos, como: vídeo, materiais impressos (livros, jornais, revistas,
encartes…), música, lápis, canetinha, giz de cera, massinha, diferentes tipos
de papéis, cartazes, quadro negro, mural, brinquedos e jogos, caderno,
passeios, etc.
10. BERÇÁRIO/MATERNAL
A atenção pedagógica dispensada às
crianças de zero a três anos, hoje atendidas em creches e distribuídas em
berçário e maternal, é de certa forma a mesma dispensada à criança em idade
pré-escolar. A grande diferença é o grau de complexidade e a maneira de se
conduzir o trato didático, que deve ser buscado e ampliado à medida que a
criança cresce e se desenvolve.
É importante que, por meio da
interação harmoniosa com o adulto, com seus pares e com o ambiente, priorize-se
a construção da autonomia, o desenvolvimento do pensamento lógico-matemático, o
desenvolvimento das diferentes linguagens, a interação com o meio social e
cultural etc.
Toda proposta de trabalho destinada
tanto para o berçário quanto para o maternal deve levar em consideração a
fragilidade e a particularidade de seres ao mesmo tempo tão pequenos e tão
ávidos de conhecimentos e descobertas. Daí a importância do estabelecimento de
vínculos afetivos adulto/criança e criança/criança, do brincar livremente e com
segurança, para a estruturação de uma personalidade sadia e feliz.
Os objetivos traçados para o berçário
e maternal partem do princípio de que a criança é um sujeito ativo na
construção do seu conhecimento, na estruturação de sua inteligência, que
aprende por meio de suas experiências, ações e reflexões, na interação com o
adulto, com outras crianças e o ambiente, devendo ser respeitado como cidadão
que tem o direito de viver o seu próprio tempo.
10.1 Adaptação
Os momentos iniciais na creche exigem
sempre um esforço de adaptação da criança, da família e daqueles que assumem
seus cuidados.
A época de adaptação é muito
especial. Todos desejam que ela caminhe da melhor forma. Mas, para cada criança
e cada família, esse processo ocorre de uma maneira ligeiramente diferente e,
em parte, imprevisível.
Esse período de adaptação pode ser
cuidadosamente planejado para promover a confiança e o conhecimento mútuos,
favorecendo o estabelecimento de vínculos afetivos entre as crianças, as
famílias e os educadores.
Dá-se, assim, oportunidade para a
criança ter experiências sociais diferentes da experiência familiar, fazendo
contatos com outras crianças em um ambiente estimulante, seguro e acolhedor.
Vale lembrar que o fato de ter uma pessoa familiar junto à criança, na creche,
nesse período inicial, possibilita à família conhecer melhor o local e o
educador com quem a criança vai ficar. Geralmente, isso faz com que todos
adquiram maior segurança.
Essa fase inicial, em que criança,
família e educador estão se conhecendo, pode durar dias, meses ou melhor, eles
sempre estarão se conhecendo. Por isso se diz que a adaptação, de certa forma,
nunca termina. Digamos que há uma fase em que o desafio é maior.
É importante, nessa fase, que todos,
pais e educadores, compreendam e respeitem o momento da criança de conhecer o
novo ambiente e de estabelecer novas relações.
Se esse período de adaptação for bem conduzido,
possibilitará que pais e educadores, por meio de sua convivência, estabeleçam
uma relação produtiva, de confiança e respeito mútuo.
10.2 Estimulação
Os bebês aprendem a conhecer o mundo
e se desenvolvem na interação que estabelecem com o meio. Por isso, a relação
entre a criança e o adulto que dela cuida deve ser rica em estímulos para que
esse desenvolvimento ocorra de forma eficiente.
A lida cotidiana com esses bebês deve
ocorrer em um ambiente acolhedor e estimulante. É importante que os procedimentos
iniciados junto à criança (rolamentos, trabalhos com as articulações, toques
das extremidades etc.) sejam finalizados, mesmo sem a sua colaboração. O melhor
executar as atividades por poucos minutos e várias vezes ao dia para que sejam
respeitados seus momentos de concentração, que nesta faixa etária são muito
curtos. Não esquecer que é normal que o bebê leve à boca todo objeto que
consegue segurar. É seu jeito de conhecer as coisas; cabe ao educador tomar
cuidados com objetos muito pequenos, sujos e cortantes.
11. PLANEJAMENTO ANUAL
A importância de um planejamento
anual flexível, que contemple o desenvolvimento dessa clientela, justifica-se
pela importância da ação educativa que se deseja desenvolver.
Além de flexível, deve ser adequado à
realidade local, às possibilidades da instituição, ao momento histórico e à
dinâmica das relações ali estabelecidas.
Para que contemple todas essas
dimensões e se adapte aos eixos norteadores propostos no referencial
curricular, é preciso que se deixe de lado a listagem de conteúdos fragmentados
e sem significado. É preciso que se contemple a pluralidade de espaços e tempos
socioculturais do qual participam os alunos e professores.
É possível determinar e quantificar
atividades para crianças pequenas, de maneira que estas crianças possam crescer
em ambiente estimulador, seguro, educativo e muito feliz, onde o lúdico e o
prazeroso sejam determinantes no fazer pedagógico.
Planejar pressupõe conhecimentos
anteriores, principalmente planejar atividades para crianças tão pequenas e que
passam até duas mil horas dentro do CEI. É preciso que se planeje pensando
“para” e “com” essas crianças, suas competências e suas diferentes necessidades
conforme a faixa etária. Apesar de o planejamento anual ser feito para cada
faixa etária, cada professor o fará para a sua turma, com características
próprias. Ressalte-se que atividades e rotinas, onde os diferentes grupos se
encontrem em atividades interessantes e variadas, no decorrer do ano,
propiciarão melhor crescimento cognitivo e emocional das crianças, pela
interação entre as diferentes idades.
Esse trabalho precisa estar sempre
sendo avaliado, pois a cada ano vêm outras crianças com novos hábitos e
costumes, exigindo que práticas e posturas sejam revistas.
11.1 Rotina
Tanto os profissionais como as
crianças quando chegam na instituição encontram uma rotina diária que é comum
em todos os grupos de crianças. Por exemplo: hora de entrar, de dormir, da
higiene, de comer e assim sucessivamente até o final do dia.
É essencial o estabelecimento de uma
rotina, porque estabelece organização das atividades no tempo, no qual
possibilita ao educador uma direção para o trabalho que se propõe a fazer e as
crianças segurança e compreensão de que estamos em um mundo organizado e que as
coisas acontecem em uma determinada ordem de secessão: antes, durante e depois.
Essa seqüência de acontecimentos é de grande ajuda para a organização de todo o
trabalho. A rotina é essencial, mas não apenas esta de alimentação, higiene,
sono, como também uma rotina de atividades intencionalmente planejadas que
atendam as reais necessidades e expectativas de cada faixa etária. Dentre as
possíveis atividades, estão as situações diversificadas, que envolvem as
brincadeiras, movimentos, cantigas e etc. em um ambiente amplo e acolhedor
organizado para a construção e o desenvolvimento da identidade, da autonomia e
da oralidade.
O educador, então, deve planejar o
dia-a-dia da criança na instituição como um contexto de garante o direito de
toda criança a um ambiente acolhedor e desafiador, ao organizar tempo e espaço
para a realização de diferentes atividades que promovam o aprendizado do
cuidado pessoal, o envolvimento das crianças em brincadeiras e o estimulo à
realização por elas de projetos de investigação que atendam a seus interesses e
necessidades, tudo isso em um programa de parceria com as famílias.
12.
Pedagogia de Projetos
A pratica pedagógica na educação
infantil deve estar aberta à vivencia e experimentação; ao concreto; ao ensino
globalizado; a participação ativa da criança; à magia, à ludicidade, ao
movimento, ao afeto – processos que levam as crianças a exercitarem a
criatividade.
Segundo Faria (2000), é necessário
garantir alguns quesitos imprescindíveis para educar e cuidar das crianças
pequenas em espaços coletivos, tais como: não antecipar a escolarização do
Ensino Fundamental; organizar um ambiente em que as crianças possam expressar
as suas cem linguagens; conviver com todas as diferenças; exercitar todos os
comportamentos e valores necessários para o convívio social, concomitante com a
construção da sua identidade e autonomia.
Essas aprendizagens essenciais
deverão nortear as práticas pedagógicas a partir da educação dos pequenos.
Portanto, que proposta concretiza essa dimensão de atendimento à criança pequena?
Ela impõe que se propicie que a criança seja, hoje, alguém com muita
criatividade para, quando adulta, ser capaz de construir uma sociedade mais
solidária, constituir-se em um cidadão consciente de seus direitos e deveres.
A Pedagogia de Projetos coloca-se
como umas das expressões da concepção globalizante do conhecimento escolar,
pois permite aos alunos analisarem os problemas, as situações e os
acontecimentos dentro de um contexto e em sua globalidade, utilizando, para
isso, os conhecimentos presentes nas disciplinas escolares e a sua experiência
sócio-cultural.
Para Machado (2000), a capacidade de
elaborar projetos pode ser identificada como a característica mais
verdadeiramente humana; somente o homem é capaz não só de projetar como também,
e primordialmente, de viver sua própria vida como um projeto.
A prática de projetos tem suas raízes
históricas no final do século XIX com o movimento da chamada “Escola Nova”.
Este movimento contrapôs-se severamente aos princípios e métodos da escola
tradicional. Um conceito essencial do movimento educativo aparece na filosofia
de Dewey, onde o autor explicita que as escolas deveriam deixar de ser meros
locais de transmissão de conhecimento e tornarem-se pequenas comunidades
(DEWEY, 1968).
Historicamente, a prática de projetos
surgiu para inovar a escola, romper com as práticas tradicionais de ensino para
torná-lo mais interessante e significativo ao aluno.
Uma de suas vantagens principais é a
de que os projetos procuram estimular uma variedade de inteligências (apud
GARDNER, 1995) e usar diversos recursos para desenvolver habilidades de
linguagem, numérica, geométrica, noções de ciência, estudos sociais e artes.
Também SMOLE (1996) caracteriza que
as atividades desenvolvidas por projetos, levam: ao encorajamento à mobilização
de múltiplas inteligências (GARDNER, 1995); à utilização de diferentes formas
de representações: comunicação (linguagem oral e escrita), desenhos, linguagem
corporal e linguagem matemática; à interdisciplinaridade.
Na execução dos projetos, diferentes
áreas do conhecimento devem estar relacionadas para atingir os objetivos
traçados e resolver os problemas que surgem. A interação entre elas
(naturalmente, será uma necessidade real).
Atualmente, o trabalho com projeto
está sendo re-significado. O “método”, assim denominado no início e reconhecido
em diferentes períodos deste século, passa, agora, a ser visto como uma postura
pedagógica. Os projetos refletem uma determinada postura pedagógica e
significam, de fato, uma forma de repensar a prática pedagógica e as teorias
que lhe dão sustentação. Enfim, uma nova concepção de educação, ensino e
aprendizagem é mais do que uma seqüência de passos a serem seguidos. Isso faz
com que os projetos não sejam considerados como uma mera técnica de ensino,
porque não existe uma seqüência única e estável para abordar todos os
problemas; isto é, para cada problema é necessário estabelecer uma dinâmica
diferente e contribuir para repensar a função social da escola. Por tal motivo,
eles pretendem favorecer mudanças nas concepções e no modo de atuar dos
professores junto às crianças.
A Pedagogia de Projetos é uma
possibilidade interessante para organização pedagógica da instituição de
educação infantil, pois viabiliza ricas relações entre o ensino e aprendizagem,
dirigindo o trabalho educativo para estágios de desenvolvimento ainda não
alcançados pela criança.
Essas proposições vislumbram um
aprender diferente; propiciam a noção de educação para a compreensão. Enfim,
traduzem uma determinada concepção de conhecimento. Essa educação organiza-se a
partir de dois eixos que se relacionam:
a) aquilo que os alunos aprendem;
b) a vinculação que esse processo de
aprendizagem e a experiência da escola tem com suas vidas.
Por ser bastante amplo, o trabalho
com projetos pode nortear todo o âmbito da Educação Infantil. É por meio dele
que se pode ensinar melhor, pois a criança aprende de forma significativa,
globalizada e contextualizada.
Sobre essa questão, também o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil explicita:
[...] as crianças podem estabelecer
relações entre novos conteúdos e os conhecimentos prévios (conhecimentos que já
possuem), usando para isso os recursos de que dispõem. Esse processo
possibilitará a elas modificarem seus conhecimentosprévios, matizá-los ou
diferenciá-los em função de novas informações, capacitando-as a realizar novas
aprendizagens, tornando-as significativas.(BRASIL, 1998, p. 33).
A Educação Infantil precisa
constituir-se como um espaço de vida significativa. As crianças em idade
pré-escolar estão conhecendo, sentindo, identificando-se e envolvendo-se cada
vez mais com o meio em que vivem. É preciso despertar-lhe a curiosidade e
buscar o envolvimento com temas do contexto, que vivenciam de forma
significativa.
Tornar possível uma aprendizagem
significativa, isto é, que conecte e parta do que as crianças já sabem, de seus
esquemas de conhecimento precedentes, de suas hipóteses ante à temática que vai
ser abordada e dar funcionalidade ao que vai ser aprendido são alguns dos
pressupostos que fundamentam a prática com Projetos.
Nessa perspectiva, as situações
propostas nos projetos induzem as crianças a aproximarem-se de um contexto de
aprendizagem em que elas aprendam a “fazer fazendo”, errando, acertando,
problematizando, levantando hipóteses, investigando, refletindo, pesquisando,
construindo, discutindo e intervindo.
O trabalho com projetos na educação
infantil oferece amplos pretextos e contextos de conversas genuínas entre
adultos e crianças e entre crianças e crianças. Principalmente, porque há
conteúdo significativo para ser discutido, as crianças evocam o que estão
aprendendo, planejando, pensando, sobre as idéias que estão sendo
desenvolvidas.
Bruner enfatiza que para a criança
deve haver situações de desafio que a levem a resolver problemas, descobrindo
suas soluções.
Além disso, o conhecimento adquirido
é mais útil para alguém que está aprendendo quando ele é “descoberto” por meio
dos esforços cognitivos do próprio indivíduo que está aprendendo, pois dessa
forma, ele é relacionado ao que se conhecia antes e utilizado em referência a
isto. (2001, p. 9).
Os projetos devem ser desenvolvidos a
partir do mundo real em que as crianças vivem; constituem-se em um estudo em
profundidade das situações do cotidiano; enfim, através do desenvolvimento de
um projeto as crianças aprendem mais sobre o tópico selecionado.
A Pedagogia de Projetos visa a
re-significação das práticas escolares, transformando-as em uma forma de
organização dos conteúdos escolares, mediante eixos de interações, aberta ao
real e às suas múltiplas dimensões bem como, permeando a ação educativa como
uma postura pedagógica.
Há várias formas de desenvolver um
projeto, isto significa que um mesmo projeto nunca se repetirá, pois depende do
percurso que o grupo trilhará. O importante é que essa trilha seja em parceria
com os alunos, num processo constante de negociação.
Sabemos que com as crianças de três a
seis anos, o trabalho com projetos traz grandes contribuições, pois, os
objetivos do projeto são partilhados com as crianças, bem como a temática dos
mesmos podem surgir do interesse infantil revelado em suas conversas e
brincadeiras.
Mas, e com os bebês? É possível
trabalhar com projetos com os bebês?
Nas palavras de Barbosa & Horn
(2001), “os projetos com bebês têm seus temas derivados basicamente da
observação do educador da leitura que realiza de seu grupo de crianças, dos
elementos adquiridos na sua formação e que auxiliam a discernir sobre
atividades que podem ser importantes ao desenvolvimento da criança”(p.71).
Projetos envolvendo temáticas como, movimento, linguagem oral, artes e música
são viáveis na educação dos bebês.
No entanto, é preciso considerar as
especificidades do trabalho pedagógico junto às crianças de zero a um ano, isto
é, a proposta pedagógica para esta faixa etária prevê em sua essência as ações
integradas entre o cuidar e o educar, bem como as atividades de estimulação.
O sucesso das atividades de
estimulação depende da organização do espaço, isto é, cabe ao educador
organizar os objetos – almofadas, brinquedos, móbiles – de modo que os mesmos
desafiem os bebês a vencer os obstáculos por eles propostos, como, por exemplo,
engatinhar de uma extremidade a outra, desvencilhando dos objetos que naquele
momento dificultam a sua passagem. As atividades de estimulação somadas ao
banho, a troca de fraldas, a alimentação, o sono, cumprem com o objetivo de
auxiliar os bebês na aquisição de novas competências, como por exemplo: rolar,
engatinhar, arrastar, andar, brincar, sorrir, comunicar-se, descobrir novas
texturas, novos sons, novos objetos, novas cores, viver.
Quanto às ações integradas entre o
cuidar e o educar, merece atenção especial, o desenvolvimento da autonomia,
como por exemplo, a educação do controle do xixi e do cocô, o uso de talheres,
o uso do copo, o cuidado com o próprio corpo etc. As atividades de estimulação
deverão ser pensadas e planejadas a partir dos Eixos de Trabalho, de modo que
os objetivos de cada área sejam alcançados e consequentemente os conteúdos
previstos para esta faixa etária desenvolvidos.
Os princípios expostos acima valem
também para as crianças de um a dois anos, no entanto, é preciso considerar o
desenvolvimento infantil desta faixa etária. Isto é, a partir do momento em que
as crianças já possuem condições motoras de manipular diferentes materiais
(lápis e pincéis de diferentes texturas e espessuras, brochas, carvão, carimbo,
livros, revistas etc.), meios (tintas, água, areia, terra, argila etc.) e
variados suportes gráficos (jornal, papel, papelão, parede, chão, caixas,
madeiras etc.), os mesmos deverão ser propostos a elas.
Nessa perspectiva, o papel do
educador é o de ser mediador de cultura; aquele que coloca os alunos em contato
com o conhecimento, através de intervenções planejadas que favorecem ações
sobre os objetos de conhecimento.
A competência que um professor
precisa desenvolver para realizar seu trabalho em sala, passa, necessariamente,
pela sua disposição para estudar.
Estudar para se desenvolver como
mediador de conhecimentos; para conhecer e de forma atualizada organizar as situações
de aprendizagem; para conhecer melhor seus alunos como aprendizes e para
conhecer as melhores formas de ser professor.
Nossa análise, sobre a importância de
trabalhar com projetos como eixo articulador de experiências está no fato de
que a prática de Projetos pretende favorecer mudanças nas concepções e no modo
de atuar dos professores. Ele é justificado pela necessidade de formar crianças
para serem capazes de fazer relações, de fazer reflexões, de criar a partir do
conhecimento aprendido na escola e na vida, passando da condição de reprodutora
de ações, à planejadora e participante ativa da aprendizagem. É um processo de
aprendizagem da autonomia e responsabilidade. Uma educação autêntica não pode
privilegiar a abstração do conhecimento e, sim deve ensinar a contextualizar,
concretizar e globalizar.
A instituição revendo o seu fazer
pedagógico, está refletindo sobre como tornar o plano mais fidedigno a essa
prática, como articular os conteúdos, e outras indagações sobre sua realidade.
Por isso, o investimento na formação continuada (em serviço) do professor, é
prioridade para ela, a fim de ampliar o conhecimento do professor sobre a sua
prática e desenvolver a sua capacidade de reflexão.
13.
BRINCADEIRA É COISA SÉRIA
A função do brincar na infância é tão
importante e indispensável quanto comer, dormir, falar etc. É por meio dessa
atividade que a criança alimenta seu sistema emocional, psíquico e cognitivo.
Ela elabora e reelabora toda sua
existência por meio da linguagem do brincar, do lúdico e das interações com
seus pares.
A brincadeira permeia a própria
existência humana, porém, durante os seis primeiros anos, a criança utiliza-se
dessa linguagem para se expressar e para compreender o mundo e as pessoas. Ela
desenvolve, gradativamente, competências para compreender e/ou atuar sobre o
mundo.
O brincar é para a criança uma
possibilidade de se ter um espaço onde a ação ali praticada é de seu domínio,
isto é, ela é seu próprio guia, ela age em função de sua própria iniciativa.
Esse é sem dúvida um elemento
importante: a criança toma a decisão para si – vai ou não brincar; isto lhe dá
a chance de experimentar sua autonomia perante o mundo.
Forma de comunicação integrada, a
brincadeira marcada pelo faz-de-conta e pela magia é uma atividade que
contribui para uma passagem harmoniosa da criança pelo mundo das atividades
reais da vida cotidiana, com outros significados.
Ao brincar a criança entra
definitivamente no mundo das aprendizagens concretas. Ela elabora hipóteses e
as coloca em prática, constrói objetos, monta e desmonta “geringonças”, enfim,
ela manipula todas as possibilidades dos objetos de seu universo de acesso.
No faz-de-conta ela realmente tem a
chance de construir sua própria realidade, ela utiliza-se de elementos
concretos, da sua realidade cotidiana e lhes atribui outro sentido. Na esfera
do faz de conta, uma pedra vira um chocolate, a boneca vira um nenê de verdade,
com o qual se conversa. A criança sabe que não é um nenê de verdade, mas
faz-de-conta.
Segundo Gardner (1993) tratar um
objeto como se fosse um outro (jogo simbólico) é uma forma de
“metarrepresentação”, já que a criança conhece o objeto mas atribui-lhe outras
propriedades para obter os efeitos desejados; pode pensar mais além do mundo da
experiência direta, sendo capaz de imaginar, ao mesmo tempo que põe em prova
seus conhecimentos.
Ao mesmo tempo em que o brincar
permite que a criança construa e domine cada vez melhor sua comunicação, faz
com que ela entre em um mundo de comunicações complexas, que mais tarde serão
utilizadas na educação formal.
Brincando a criança toma decisões,
desenvolve sua capacidade de liderança e trabalha de forma lúdica seus
conflitos. Ela decide se está na hora do nenê/boneca dormir, acordar, comer
etc. No jogo da brincadeira a criança toma suas próprias decisões,
Na Educação Infantil a criança se
percebe como sujeito de direitos e de deveres; ele está num grupo, tem que
conviver e negociar com ele o tempo todo e as brincadeiras e as interações,
dirigidas ou não, se misturam num eterno novo fazer todos os dias.
É importante que o adulto saiba e
compreenda que a criança tem necessidade de brincar, de jogar por jogar, pelo
simples prazer, não por obrigação, com hora marcada ou para conseguir objetivos
alheios.
É essa liberdade, essa ausência de
exigências externas que faz com que se aflore e estimule a iniciativa, a
criatividade e a invenção.
A brincadeira e/ou o jogo proporciona
benefícios indiscutíveis no desenvolvimento e no crescimento da criança. Por
seu intermédio, ela explora o meio, as pessoas e os objetos que a rodeiam,
aprende a coordenar variáveis para conseguir um objetivo, aprende e aproxima os
objetivos com intenções diversas e com fantasia.
Segundo Vygotsky, o jogo cria uma
zona de desenvolvimento própria na criança, de maneira que, durante o período
em que joga ela está sempre além da sua idade real. O jogo constitui-se, assim,
uma fonte muito importante de desenvolvimento.
O brincar proporciona esse
desenvolvimento, por se tratar de uma atividade que possibilita espaço para
ensaiar, provar, explorar, experimentar e, ao final, interagir com as pessoas e
com os objetos que estão ao seu redor.
Os jogos vão se estruturando conforme
o estágio evolutivo da criança. No começo, predominam os jogos
sensório-motores, de caráter manipulativo e exploratório; com o passar do
tempo, mudam-se os jogos, seus objetivos e seus fins (jogo de construção, de
simulação e de ficção). Mais adiante ainda, a criança será capaz de participar
de jogos que envolvem regras, onde poderão coordenar suas próprias ações com a
dos companheiros de jogo (jogos esportivos, de cooperação, de competição etc.).
Os jogos sociais favorecem e
incrementam novos repertórios, novas aprendizagens. Assim a criança passa pela
infância, chega na vida adulta, dando e imprimindo sua própria marca e significado
à vida.
14. ÉTICA,
VALORES E ATITUDES.
A criança ser social, está em
constante relação com o mundo e nele ela nasce, cresce, descobre, aprende,
ensina, recria, convive e multiplica.
Nestes primeiros anos de vida os
sentimentos e a personalidade assentam suas bases e se solidificam.
A instituição de Educação Infantil
tem então o importante papel de inserir a criança em um contexto de mundo que é
diversificado em valores, culturas, religiões e idéias; o desafio e oferecer
condições para que a criança aprenda a conviver com sua própria cultura,
valorizando e respeitando as demais, bem como desenvolvendo sua consciência
crítica acerca da formação da cidadania, da dignidade, moralidade, formação de
hábitos,valores e atitudes.
Partindo sempre da realidade concreta
da criança, questões como: valores, atitudes, ética, religião devem ser
abordados com naturalidade.
Por meio do diálogo, do jogo, da
brincadeira, do canto vão se estabelecendo relações de amizades, respeito ao
próximo, limites, solidariedade, democracia, cidadania, participação, etc.
É nesta fase da Educação Infantil,
das primeiras relações escolares, que ocorrem à socialização, o encantamento, a
admiração e o desabrochar da espiritualidade. Por meio da reflexão, da
investigação e da experimentação a criança descobre o caminho para conviver na
liberdade, com autonomia e responsabilidade.
Assim a proposta de se trabalhar em
uma perspectiva de transcendência e espiritualidade visa à possibilidade a
abertura e o acolhimento a VIDA em suas incontáveis manifestações, perceber a
relação humano-divina respeitando diferenças e vivências, a construção de uma
cultura de justiça, esperança, ternura e solidariedade.
Na Educação Infantil, para que se
desenvolvam esses princípios, existem vários momentos que podem ser explorados
e trabalhados tais como:
§ Higiene
pessoal-conhecimento e valorização de seu corpo, auto-estima.
§ Brincadeiras e
jogos coletivos ou individuais (respeito ao outro), conhecimento de limites e
regras, socialização, diversidade cultural etc.
§ Hora do lanche –
fraternidade, agradecimentos pelos alimentos, pela vida, repartir, ser
solidário etc.
§ Observação dos
fenômenos naturais – a beleza de um dia de sol, o aconchego, a vida que traz a
chuva etc.
§ Passeios para
observar a natureza e a paisagem – criação de Deus, beleza da criança, proteção
e preservação da natureza e da vida etc.
§ Eventos festivos e
comemorações – integração das famílias, valorização da comunidade e sua cultura
etc.
Devemos desde cedo salientar que as
crianças podem aprender questões morais, tais como respeito pela propriedade,
orientações para não machucar os outros e para ajudar vítimas de agressões. O
objetivo e que as crianças se tornem envolvidas com questões morais de suas
classes. Deseja-se que elas reconheçam a injustiça quando a vêem, que prefiram
o justo ao injusto e se sintam compelidos a falar contra a injustiça.
O êxito neste trabalho será medido
pelo que trará de contribuição às pessoa em suas convicções e posturas frente à
vida; no entender-se como ser humano, não aceitar os outros como semelhantes e
parceiros de vida, na construção da justiça, da solidariedade e de cidadania.
15. AVALIAÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, sancionada em dezembro de 1996, estabelece, na Seção II, referente à
Educação Infantil, artigo 31, que: “… a avaliação far-se-á mediante o
acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.
A prática de avaliação na Educação
Infantil é de natureza diversa da avaliação no ensino fundamental. Pode-se
utilizar métodos diferentes, pelos quais se registram observações feitas.
Porém, a escrita é, certamente, o mais comum e o mais acessível. O registro, as
observações e as impressões diárias em muito contribuirão para o planejamento educativo.
Avaliar a criança pequena requer, do
educador que a conduzirá pela vida escolar, conhecimento prévio sobre seu
desenvolvimento e características singulares .
É preciso saber como ela assimila os
novos conhecimentos, como responde aos estímulos e como acontece o processo
maturacional e social dessa criança.
Ao observar a aquisição e a
construção do conhecimento nas diversas áreas, analisando a dinâmica
biopsicossocial da infância, percebe-se que a criança possui uma articulação
mental, cognitiva e afetiva única. É essa articulação, juntamente com as
interações sociais – realizadas principalmente na instituição – transformadas
em conhecimentos, que serão alvo de observação e análise.
Por meio de observações e registros
diários é que o educador elaborará avaliações significativas e
contextualizadas, que poderão contribuir qualitativamente para o processo de
aprendizagem de alunos e professores.
Nesse contexto de avaliação formativa
deve-se atentar para o fato de que essa criança está em processo de intenso
aprender e interagir. Portanto, não se deve fazer registros que venham denegrir
ou rotular essa criança, sob pena de prejudicar sua vida escolar futura.
“Quando o educador relata por escrito, tem a oportunidade de distanciar-se de
si mesmo para fazer uma análise mais profunda de todas as variáveis que
permeiam uma situação” (J.Hoffman). Assim, esse educador pode fazer uma análise
crítica do seu trabalho didático-pedagógico e, consequentemente, uma
auto-avaliação coletiva No centro de educação infantil, a fim de redimensionar
e redirecionar práticas pedagógicas.
Na construção de conhecimentos
significativos, cada criança tem seu tempo e faz sua própria leitura dos
objetos. Portanto, há que se atentar para o fato de que objetivos e avanços no
processo de aprendizagem acontecem e se manifestam em diferentes tempos e
formas distintas para cada criança. Aquisição de conhecimentos não acontece de
forma linear; a análise deve ser individual e gradativa.
Os pais, como partícipes desse
processo, têm o direito e o dever de acompanhar todo o desenvolvimento da
aprendizagem de seus filhos, como os avanços, as conquistas ou eventuais
dificuldades, a fim de compreender todo o processo educativo, seus objetivos e
as ações desenvolvidas pela instituição.
16. Referências
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